Capitulo 3.
Malaquias
Sangue. Como o sangue
que escorreu de Abel, escorria, melava o piso. Sangue pisado esparramado,
espirrava para os lados por pés desprotegidos. Pés calçados por chinelos
enquanto empurrava para fora do recinto o liquido viscoso.
O sangue carmesim,
vermelho escuro como extrato de tomate. Começa se misturar a uma espuma branca.
Que vem da água com sabão. Misturado escorrendo em direção ao bueiro.
Finalizando na sarjeta os restos, daquele deixado no chão gelado, o
finado, foi jogado depois de
baleado.
Caiu de bruços, nas
crenças populares, estava pedindo vingança. Esparramado no chão como um coxão
de casal, amostra estava a pele flácida para fora do short. Dono da boca,
despreparado, foi questão de segundos... Foi no bar do Carlinhos pegar uma
tubaína para o almoço. Dois homens na moto com capacete entrou já atirando, deu
o tiro de misericórdia na cabeça por onde jorrou até a ultima gota dos glóbulos
vermelhos do homem.
Dona Francisca assistiu
a sena do corpo parado imóvel até a chegada do IML sete horas depois. Sem corpo
local precisaria ser lavado. “Afinal amanhã é segunda e quem não come e não
bebe é o presunto”. Pensou dona Maria vendo indo pro valo o resquício do finado
Malaquias.