segunda-feira, 21 de maio de 2018

Textos Próprios



Capitulo 3.  Malaquias

Sangue. Como o sangue que escorreu de Abel, escorria, melava o piso. Sangue pisado esparramado, espirrava para os lados por pés desprotegidos. Pés calçados por chinelos enquanto empurrava para fora do recinto o liquido viscoso.  
O sangue carmesim, vermelho escuro como extrato de tomate. Começa se misturar a uma espuma branca. Que vem da água com sabão. Misturado escorrendo em direção ao bueiro. Finalizando na sarjeta os restos, daquele deixado no chão gelado, o finado,  foi jogado depois de baleado. 
Caiu de bruços, nas crenças populares, estava pedindo vingança. Esparramado no chão como um coxão de casal, amostra estava a pele flácida para fora do short. Dono da boca, despreparado, foi questão de segundos... Foi no bar do Carlinhos pegar uma tubaína para o almoço. Dois homens na moto com capacete entrou já atirando, deu o tiro de misericórdia na cabeça por onde jorrou até a ultima gota dos glóbulos vermelhos do homem.
Dona Francisca assistiu a sena do corpo parado imóvel até a chegada do IML sete horas depois. Sem corpo local precisaria ser lavado. “Afinal amanhã é segunda e quem não come e não bebe é o presunto”. Pensou dona Maria vendo indo pro valo o resquício do finado Malaquias.   

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