quarta-feira, 25 de junho de 2014

Soul Alegria - Clerson Pacheco no Blog do Abelha

Fala Romeu, super bom dia.


Eu criei o Soul Alegria em 2011, depois de ter passado 6 anos trabalhando em uma OSCIP de Doutores Palhaços.
Eu queria algo diferente, queria de verdade interferir nos atendimentos hospitalares, modificar a forma de tratar os pacientes, levar meu conhecimento em atendimento ao cliente.
Queria mais do que o palhaço, queria mais do que gracinhas, eu queria modificar o HOSPITAL, devolver a sua origem HOSPITALIDADE. Essa é minha missão.
Foi assim nasceu a ideia de criar o Soul Alegria.


Eu trabalhei em uma Multinacional de locação de carros com a Renata de Moura. Ela saiu e eu fiquei mais alguns anos subindo de cargo na empresa, mas era infeliz com meu trabalho, sempre muito  burocrático e engessado. Procurei um dia fazer voluntariado e fui para uma OSCIP.

Em 2006 eu fui convidado a visitar uma criança na ala de queimados do HSPE(Hospital do Servidor Público Estadual). Na minha especialização como Dr. Palhaço eu visito adultos e idosos, mas sempre atendo a pedidos especiais como este. A criança, vamos chama-la de Tina,  tinha 90% do corpo queimado e quando eu entrei no quarto ela ficou me olhando. A enfermeira que estava cuidando dela, falava carinhosamente com ela: Olha o palhaço, ele veio te visitar. Mas ela permaneceu quieta. Eu tentei todas a técnicas para fazê-la ficar mais alegre, mas foi em vão. Imaginei sua dor, seu sofrimento, imaginei até seus pensamentos e aprendi ali o que era empatia.
Fui embora frustrado por não poder ajudar. A enfermeira ficou feliz com a visita, mas a menina não sorriu, nem tão pouco esboçou alguma melhora.
Na semana seguinte eu voltei para novas visitas e encontrei a enfermeira toda contente no corredor e ela veio ao meu encontro e me levou para o quarto da Tina. Quando entrei, meio sem jeito, a menina me olhou. Não sorriu, nem falou nada. A enfermeira pediu que ela repetisse para mim o que tinha dito a semana inteira. Ela não reagiu, somente me olhava, bem dentro dos meus olhos. A enfermeira continuou insistindo e eu não conseguia mais tirar os olhos daqueles olhinhos lindos. Eu então pedi: Tina, repete o que você falou a semana inteira. Ela olhou para a profissional da saúde, que fez um gesto com a cabeça e voltou o olhar para mim e disse: Dr. Miojo, eu te amo!

Meu coração disparou, segurei as lágrimas, que quase caíram e mantive a minha postura. Abri um sorriso e disse: Eu também te amo.
E naquele dia compreendi minha missão como Dr. Palhaço. Fazer o meu melhor!
(essa história me faz chorar até hoje – ainda bem que não estamos gravando, pois não consigo segurar as lágrimas!)

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